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Dia do tatuador: profissionais apontam preconceitos e vantagens de atuar em studio formado só por mulheres

Luna Tardivo, Amanda Dusty, Sarah Barboza e Patrícia Figueiredo dividem um espaço em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. Cada uma entrou na profissão de formas diferentes e passaram por situações semelhantes.

    “Muito legal, é difícil achar mulher tatuadora”; “você não tem um emprego de verdade?”; “Nossa que irado”; “isso é irado e raro”. Essas são algumas frases que quatro tatuadoras costumam ouvir das pessoas ao contarem sua profissão.

    Luna Tardivo, Amanda Dusty, Sarah Barboza e Patrícia Figueiredo trabalham em um studio de tatuagem formado só por mulheres em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio.

    No Dia do Tatuador, comemorado nesta quarta-feira (20), o g1 traz uma reportagem sobre os desafios de como é a profissão para mulheres.

    Elas ingressaram na profissão de formas diferentes e passaram por situações semelhantes e distintas.

    A ideia do studio só para mulheres surgiu com a Amanda. Ela conta ao g1 que por ter um público feminino maior do que o masculino, suas clientes não se sentiam a vontade em locais sem privacidade para as mulheres.

    “Eu sentia que a maioria tinham um pouco de vergonha, então eu coloquei na minha cabeça que eu deveria , junto com minhas amigas tatuadoras , abrir um espaço voltado especialmente para o público feminino, com mais privacidade”, conta.
    Ela então convidou a Pati para abrir o espaço. Depois convidaram a Sarah e Luna para trabalharem no local.

    Entrada na profissão

    A Luna tem 30 anos e sempre desenhou, mas só começou a tatuar aos 23 anos após uma amiga, que também é tatuadora, comentar sobre se tornar tatuadora. Ela, então largou o emprego de carteira assinada e comprou seu primeiro kit de tattoo.

    Já Amanda, de 34 anos, trabalha no ramo há quatro anos. Tudo começou com a paixão por desenhos na infância vendo o pai desenhar. Ela foi seguindo o mesmo caminho até se encontrar no universo da tatoo. Já Sarah é profissional há dois e a paixão pela tatuagem começou aos 14 anos, desde então iniciou sua trajetória até se tornar profissional.

    Diferente delas, Pati Figueiredo, virou tatuadora de forma inusitada. Ela sempre amou arte, mas só começou a tatuar quando perdeu a mãe.

    “Foi como um divisor de águas sabe? A vida dizendo “o tempo passa rápido, comece a fazer o que você ama”. E nesse momento eu me vi tirando os desenhos das gavetas e colocando eles em pessoas!”, conta.
    Especialidades
    A diversidade no studio também está na técnica que cada uma tem. Pati usa em seus trabalhos o ornamental e pontilhismo, mas diz que o coração é da velha guarda e é apaixonada por Old School e traços Bold Line.

    Sarah já gosta da técnica do rastelado e pontilhismo, pois acha que causa um efeito lindo na tatuagem.

    Luna faz com um pouco de cada coisa quando o assunto é tatuagem: fineline, tattoos delicadinhas, femininas e ornamentais. Mas sua grande paixão é aquarela, uma técnica de preenchimento, ou seja, pintura de uma tatuagem.

    "São traços únicos e nada óbvios. Se faz efeitos de respingos, manchas leves e fusões de cores para se montar uma imagem, complementando o desenho escolhido. Também tem o FULL COLLOR quer dizer Cor Cheia. Mas, mais do que uma tatuagem colorida, as tatuagens produzidas em Full Collor possuem um efeito fantástico na combinação de cores. Resumindo cores são a minha paixão e é o que eu mais estudo", conta Luna que recentemente ganhou uma premiação voltada somente para mulheres.

    A especialidade de Amanda é a fina line. Ela acha maravilhoso a delicadeza do traço fino, mas também gosta de realismo e esta estudando mais essa técnica.

    Machismo na profissão
    Entre as quatro meninas, a Pati e Amanda nunca sofreram preconceito e machismo na profissão, mas ambas sabem que muitas pessoas infelizmente não tiveram essa sorte e que têm pessoas que não acreditam que as mulheres são tão capazes.

    Sarah já enfrentou situações machistas no meio, mas nunca chegou a ser algo sério, apesar de perceber olhares e falta de confiança no trabalho e etc.

    Quem teve situações ruins, foi a Luna. A tatuadora conta que existem lugares ruins de trabalhar e infelizmente no primeiro studio que atuou sofreu assédio de várias forma diferentes, humilhações, escutar da boca de outras pessoas que nunca chegaria em lugar nenhum.

    "Trabalhei em três studios que o machismo, o preconceito com tudo era muito grande, com questão de aparência principalmente e isso me deixava muito mal ao ponto de não querer sair de casa pra ir trabalhar, mas acabei cedendo as vontades dos donos (por falta de experiência e por medo de não ter outras oportunidades no ramo) e passava por várias coisas que não desejo a mulher nenhuma", conta

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