You are using an outdated browser. For a faster, safer browsing experience, upgrade for free today.
Notícia - Vítima de estupro...

Vítima de estupro no RJ escreve livro contando luta para superar o trauma três anos após o crime

Caso aconteceu em maio de 2019 em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Dois dias após o crime, dois dos três suspeitos foram encontrados mortos e um bilhete foi deixado junto aos corpos. Andreza Nascimento, de 24 anos, mora atualmente em São Paulo onde trabalha como produtora musical.

    Ser vítima de uma violência sexual deixa marcas para o resto da vida de uma mulher. Além da violência física, vítimas também relatam o sofrimento com o julgamento da sociedade e com a vergonha por acharem que a culpa é delas.

    Andreza Nascimento, de 24 anos, é uma dessas vítimas. Ela foi estuprada por três homens ao sair de casa em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, em 2019.

    Agora, em 2022, ela decidiu transformar o trauma em um livro que conta a história de sua vida e como tem sido o processo de recuperação. Na época do crime ela tinha 21 anos.

    O caso teve repercussão na região e, dois dias após o crime, dois suspeitos foram encontrados mortos e um bilhete foi deixado junto aos corpos com a frase "Tha ai os 2 que estrupou a mulher Andresa" (sic).

    Três anos se passaram e Andreza escreveu o livro "E se eu recusasse? - O que aconteceu no dia 02 de maio de 2019". A obra em dez capítulos detalha como a vida dela mudou.

    Quando foi violentada, ela era estudante de psicologia. Ela contou ao g1 que não conseguiu dar continuidade no curso após a violência. Atualmente ela mora em São Paulo e trabalha como produtora musical.

    O livro veio em 2022 após receber uma proposta. Ela conta que já tinha recebido propostas de escrever sobre o caso em 2019, mas não aceitou por ainda ser muito recente.

    Andreza relata que, na época do crime, passou por muito julgamento e que muitas pessoas afirmavam que era mentira ou que a história estava "mal contada".

    "Não fiz o livro pra provar nada a ninguém sobre o que de fato aconteceu. Quem passou fui eu, então só eu sei a dor que carrego. Eu fiz pra desabafar, pra mostrar pras pessoas como foi minha recuperação, mostrar como superei", conta.
    A jovem diz que todos os dias recebe mensagens de meninas que foram abusadas e não tiveram coragem de contar nem para família. Ela fala que, após o lançamento do livro, cinco meninas entraram em contato e falaram que conseguiram contar, não só pra família como também para a polícia.

    "Era isso que eu queria, ajudar as pessoas que têm medo de contar isso com medo do julgamento", revela.

Visualizações: 76